Autora: Dra. Camilla Ribeiro, neurologista do Hospital São Domingos
Uma condição neurológica que resulta na fraqueza súbita e paralisia dos músculos de um lado do rosto: essa é a paralisia de Bell, descrita pela medicina desde 1821.
A boa notícia é que a maioria das pessoas - cerca de 85% delas - melhora em até 3 semanas com o tratamento adequado. Continue a leitura e saiba mais sobre esse tipo de paralisia e quando é necessário procurar um médico.
Paralisia de Bell: o que é?
A paralisia de Bell ou paralisia facial periférica é uma condição caracterizada pela fraqueza súbita de um lado do rosto, afetando diretamente a expressão facial. Ela é causada pela paralisia do nervo facial, resultando em dificuldade para mover os músculos da testa, fechar o olho e manter um sorriso assimétrico.
Além disso, pode estar acompanhada de dor no ouvido, dormência no rosto e aumento da sensibilidade a sons.
Principais Causas da Paralisia de Bell
A causa da paralisia de Bell ainda não está completamente compreendida, mas acredita-se que ela pode estar relacionada à infecção pelo vírus do herpes simples que, na maioria das vezes, ocorre na infância, mas geralmente não se manifesta nessa época.
De qualquer forma, fatores como cansaço, estresse, baixa imunidade e mudanças bruscas de temperatura podem contribuir para o desencadeamento da paralisia.
Vale lembrar também que raramente a paralisia de Bell ocorre mais de uma vez.
Sintomas da Paralisia de Bell
O principal sintoma é a fraqueza unilateral do rosto, em que o indivíduo apresenta:
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Incapacidade de levantar a sobrancelha.
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Desaparecimento das rugas na testa.
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Dificuldade em fechar o olho.
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Sorriso assimétrico, ou seja, apenas em um lado do rosto.
Como agir ao detectar os primeiros sintomas
Ao detectar os primeiros sintomas da paralisia de Bell, é importante procurar o pronto-socorro imediatamente para uma avaliação médica e, assim, iniciar o tratamento o mais rápido possível. A avaliação médica é importante para descartar a possibilidade de AVC, que é uma condição potencialmente ameaçadora à vida.
Possíveis complicações
As possíveis complicações da paralisia de Bell incluem:
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Espasmo hemifacial: é um espasmo indolor no lado do rosto afetado, como uma complicação após algum tempo da paralisia.
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Grave acometimento do nervo facial: também existe o risco de uma lesão severa no nervo facial, resultando na falta de retorno à normalidade dos movimentos do rosto afetado.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da paralisia de Bell é clínico, ou seja, feito por meio de um exame físico realizado por um profissional da saúde. Na consulta, também podem ser levantadas informações sobre o histórico de saúde geral do paciente.
Vale destacar que, caso a paralisia de Bell ocorra mais de uma vez, é aconselhável buscar novamente a orientação de um neurologista para a exploração de possíveis causas subjacentes.
Tratamento para a Paralisia de Bell
Geralmente, o tratamento para paralisia de Bell inclui as seguintes abordagens:
Corticoides: frequentemente prescritos para reduzir a inflamação e acelerar a recuperação.
Reabilitação: feita sob a orientação de um fonoaudiólogo e fisioterapeuta, ajuda a melhorar os movimentos faciais e reduzir o risco de complicações.