Apesar de ser um tumor que pode ser prevenido e facilmente detectado, o câncer de colo de útero é um dos que mais acometem as mulheres no Brasil. Médicos do Hospital São Domingos alertam para a necessidade da consulta regular com o ginecologista e a realização dos exames preventivos.
“O câncer de colo de útero é facilmente detectável através do exame preventivo, mas que ainda tem alta incidência no Maranhão e no Brasil como um todo. Por isso, é importante a consulta com o ginecologista e a realização dos exames preventivos, pois o diagnóstico precoce de um câncer é essencial para o sucesso do tratamento”, afirma o médico oncologista do Hospital São Domingos, Dr. Klayton Ribeiro.
Papanicolau - exame preventivo de colo de útero
O papanicolau ou colpocitologia oncótica, como também é conhecido, é usado para rastrear lesões pré-malignas ou malignas, que muitas vezes, ainda não apresentaram sinais ou sintomas e que podem evoluir para câncer de colo de útero. O exame é indolor, simples e rápido.
"O exame preventivo deve ser feito pelas mulheres que têm vida sexual ativa. Os dois primeiros exames devem ser feitos com intervalo de um ano e, se os resultados forem normais, o exame pode ser realizado a cada três anos, em casos individualizados. O preventivo deve ser feito pela mulher até os 64 anos e, naquelas sem história prévia de lesões pré-neoplásicas, devem ser interrompidos quando, após esta idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos", explica o ginecologista do Hospital São Domingos, Dr. Alisson Chianca.
A duração do exame é de aproximadamente 15 a 20 minutos, pois é necessária entrevista clínica prévia da história ginecológica, exame físico ginecológico e avaliação de suas possíveis queixas clínicas relacionadas. Após leitura microscópica, o exame estará pronto para avaliação e implementação de seguimento e acompanhamento periódico individualizado com seu médico de família ou se necessário, avaliação especializada.
Fator de risco
O ginecologista explica que o principal fator de risco para o câncer de colo de útero é o HPV. “Mesmo sendo uma doença de alto teor de gravidade, pode ser prevenida e curada, se descoberta em estágio inicial. A prevenção consiste na prática de sexo seguro, com uso de preservativos, e exame preventivo de rotina para diagnosticar precocemente, alguma alteração no colo do útero”, destaca.
Durante o acompanhamento ginecológico, podem ser detectadas inflamações no colo do útero, as famosas NIC 1, 2 e 3, que devem ser tratadas para não evoluírem para câncer de colo de útero. A NIC 3 é um sinal de alerta para o câncer. “A detecção precoce depende da busca ativa da mulher durante a consulta ao ginecologista”, completa o médico.
Tratamento
O tratamento do câncer de colo de útero depende do estadiamento (processo para determinar a localização e extensão do tumor no corpo). “Quando tem estadiamento precoce, em estágio inicial, o tratamento é cirúrgico, podendo ser complementado com quimioterapia ou radioterapia. Em tumores mais avançados, inicialmente o tratamento são sessões de quimioterapia ou radioterapia”, afirma o ginecologista.
Braquiterapia 3D
A braquiterapia é uma forma de radioterapia onde uma fonte radioativa selada é inserida dentro ou próxima da área que necessita ser tratada, irradiando apenas o local escolhido, conservando os órgãos saudáveis que ficam ao redor do tumor. A técnica é normalmente utilizada em câncer de colo uterino, endométrio e próstata. O procedimento pode ser realizado sozinho ou em conjunto com outras terapias, como a cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
A principal diferença entre a braquiterapia 3D e a braquiterapia convencional (2D) está na precisão das imagens que fundamentam o tratamento. Enquanto a primeira usa imagens da tomografia computadorizada, com ou sem fusão de imagens de ressonância magnética, a segunda utiliza somente exames de Raios-X para localizar o alvo a ser tratado e os órgãos de risco adjacentes.
“Desta forma, em função das imagens de tomografia serem muito mais precisas, principalmente na questão da visualização dos órgãos de risco próximos ao volume de tratamento, existe a possibilidade de protegê-los na simulação e no planejamento do tratamento, permitindo um tratamento com maior eficiência e segurança”, explica o coordenador da Radioterapia do Hospital São Domingos, Dr. Flávio Napoleão.