Durante a noite de sexta (30/05) e o dia de sábado (31/05), a equipe de psicologia do Hospital São Domingos ofereceu mesas-redondas e palestras sobre tanatologia para colaboradores do hospital, estudantes e profissionais.
“Neste primeiro simpósio, tivemos um breve histórico da morte no ocidente, mostrando um pouco de sua representação em várias culturas. Trabalhamos também a questão da humanização da morte, além de mostrar as diversas facetas dela em três religiões: catolicismo, protestantismo e espiritismo”, explica a Jandira Uchôa, coordenadora do setor de psicologia do HSD.
Ainda no evento, foram discutidas diversas visões da morte e perda entre a equipe multiprofissional atuante no hospital. “O fisioterapeuta, o médico, o nutricionista, o fonoaudiólogo, cada um falou sobre a vivência e as experiências que têm com a morte e a perda no seu ambiente de trabalho”, conta.
Por fim, a o psicólogo Cedric Tempel ministrou palestra sobre o luto virtual, que ocorre quando “as pessoas deixam de vivenciar a morte em uma atuação concreta e têm colocado isso no mundo virtual”.
Tanatologia
A tanatologia é um ramo da psicologia que estuda a morte, perdas e luto. Esta morte, segundo especialistas, pode ser física ou a perda de algo que tenha algum significado para a pessoa.
Além disso, esse ramo estuda o luto, um processo de enfrentamento da perda e reorganização da pessoa enlutada, que implica transformação da relação com a pessoa perdida e com a possibilidade de continuar vivendo, e não apenas sobrevivendo sem aquela pessoa.
Segundo a psicóloga do Hospital São Domingos, Jandira Uchoa, “a morte é sempre colocada como o final de nossas vidas e ela é imprescindível. O grande problema é a nossa falta de educação e, com isso, a busca por um culpado para essa perda”.
Para a especialista, o sentimento de perda nunca desaparece. “Nós sempre estamos perdendo durante a vida, um emprego, uma reprovação em concurso. Então, a vida vai nos preparando para o morrer a partir dessas perdas”.
Em um ambiente hospitalar, a morte e as perdas são mais constantes, por isso é preciso trabalhar formas de lidar com isso, “não falamos em aceitar, mas a melhor forma de suportar esses momentos”, declara a psicóloga.