Dificuldade para mastigar e engolir, dor ao engolir, tosse, engasgo, pneumonia de repetição e perda de peso. Estes são sintomas da disfagia, problema que se caracteriza por alteração no transporte dos alimentos e líquidos da boca até o estômago. Para alertar profissionais da área da saúde e a população em geral sobre a importância do diagnóstico precoce desse distúrbio, o dia 20 de março foi instituído como Dia Nacional de Atenção à Disfagia. O Hospital São Domingos também faz parte do movimento informativo.
De acordo com o coordenador da Fonoaudiologia do Hospital São Domingos, Cleyton Amorim, a disfagia é um problema que pode se agravar e levar a óbito. “A disfagia é um sintoma que está por trás de outra doença, daí a importância do diagnóstico precoce. Além do sintoma, precisamos tratar a causa”, afirma.
O fonoaudiólogo informa que a disfagia pode atingir desde o recém-nascido até o idoso. Neste, a prevenção deve ser redobrada, por causa da idade.
Origem
O problema pode ter como base várias doenças, como as neurológicas, cardiorrespiratórias, ortopédicas, reumatológicas e até Doença de Chagas. “Cada vez mais observamos novas doenças que têm relação com a disfagia e muitos profissionais ainda não entendem quais são essas doenças por isso o alerta é fundamental”, completa Cleyton Amorim, que participou, neste mês, do Congresso Mundial de Disfagia, em San Diego.
Diagnóstico
Para o diagnóstico preciso, o primeiro passo, ao sentir um ou mais sintomas, a pessoa deve se consultar com um fonoaudiólogo. A investigação é feita por avaliação clínica e exame por imagem, o videodeglutograma. “Aqui no Hospital São Domingos, por exemplo, aplicamos o Método Ouro, utilizado mundialmente, que consiste na avaliação detalhada e realização do videodeglutograma. Como prevenção, acompanhamos os pacientes internados e os atendidos no ambulatório”, detalha ele.
Tratamento
O tratamento da disfagia vai desde exercício para fortalecimento da musculatura orofacial, modificação nas consistências, volume e temperatura dos alimentos até mesmo cirurgia. “De acordo com o diagnóstico e avaliação Fonoaudiológica , encaminhamos para outros profissionais que atuarão no tratamento, podendo ser neurologista, otorrinolaringologista, fisioterapeuta, nutricionista e outros. Alguns casos necessitam de cirurgia para o tratamento”, afirma Cleyton Amorim.
Se não tratar
A broncoaspiração (entrada de alimento ou saliva no pulmão), desidratação e desnutrição são os principais problemas gerados pelo agravamento da disfagia e pode provocar a morte da pessoa. “Há pacientes que devido à dificuldade de engolir, acabam perdendo o interesse pela alimentação, afetando sobremaneira os aspectos psicossociais. Se não forem tratados adequadamente, pode haver evolução a óbito. A broncoaspiração também é grave e precisa ser prevenida. Por isso, no ambiente hospitalar trabalhamos todos os dias com esses pacientes para identificar precocemente o risco, prevenir e tratar a disfagia”, conclui Cleyton Amorim.
Para mais informações, confira o vídeo a seguir: