O retinoblastoma é um tumor maligno originário das células da retina, sendo a parte do olho responsável pela visão, afetando um ou ambos os olhos. Geralmente ocorre antes dos 5 anos. A principal manifestação é um reflexo brilhante no olho doente, parecido com o brilho que apresentam os olhos de um gato quando iluminados à noite. As crianças podem ainda ficar estrábicas (vesgas), ter dor e inchaço nos olhos ou perder a visão.
“É uma patologia rara, totalizando cerca de 3% de todos os cânceres infantis. Pode ser unilateral, (um dos olhos) em 75% dos casos, em crianças maiores de 1 ano de idade. Já os 25% dos casos restantes, pode ser em ambos os olhos e hereditário, com o início dos sintomas em idade menor que 1 ano de vida, explica a médica oncopediatra do Hospital São Domingos, Dra. Aline Reis.
A doença é pouco conhecida, ganhando espaço na mídia após a jornalista Daiana Garbim e o apresentador Tiago Leifert, divulgarem no fim do mês passado, por meio das redes sociais, que a filha do casal foi diagnosticada com a doença. O tema também é discutido durante o mês de fevereiro, dedicado à conscientização do câncer.
Diagnóstico e Tratamento
"Os casos podem ser diagnosticados por médicos experientes, por meio de exame do fundo de olho, com a pupila bem dilatada. Em geral, não se deve realizar biópsias. Todos os pacientes devem passar por estudo de aconselhamento genético para identificação de casos que são hereditários. Se outras pessoas da família já tiveram o tumor, as crianças devem ser examinadas por um oftalmologista experiente desde a hora do nascimento, e durante os primeiros anos de vida, para que o diagnóstico seja o mais precoce possível”, esclarece a oncopediatra do HSD, Dra. Valdenia Goncalves.
O tratamento envolve uma equipe multidisciplinar composta por oftalmologista, oncologista pediátrico, radiologista, patologista, neuro intervencionista, anestesista, além de equipe de enfermagem e psicologia, ainda podendo contar com auxílio de radioterapia, incluindo a braquiterapia - placas radioativas de ação local no olho - e tratamentos cirúrgicos para casos avançados ou não que não respondem aos tratamentos convencionais.
Sintomas
Por ser uma doença que acomete as crianças na primeira infância, às vezes, em idade que os pequenos ainda não aprenderam a falar, o papel dos pais é de suma importância no diagnóstico precoce, para observação de alguns sinais de que algo está fora do comum nas crianças. Alguns indicativos são:
• O “Olho de gato”: crianças com retinoblastoma desenvolvem uma área branca e opaca na pupila, que se chama leucocoria, causada pela reflexão da luz provocada pela doença. No Brasil, essa condição é popularmente conhecida como “olho de gato” e é facilmente visível em fotos tiradas com flash.
• Problemas na movimentação do olho, como estrabismo
• Queixa de dor no olho
• Globo ocular maior que o normal
• O “Olho preguiçoso”: condição conhecida com ambliopia, que se caracteriza pelo caimento de umas das pálpebras, deixando o olho baixo e com uma aparência inerte.
A importância do diagnóstico precoce
Descobrir a doença cedo aumenta as chances de cura e preservação da visão. As consultas de rotinas já fazem parte da vida dos pequenos desde o pré-natal. O teste do olhinho, realizado logo nas primeiras 72 horas de vida, ainda na maternidade, por um oftalmologista é a primeira atenção que olhos recebem.
Embora a repetição do teste do olhinho na infância varie caso a caso, o crucial é conversar sobre a saúde ocular com o pediatra. Após este primeiro momento, nas consultas com o médico de referência, os pais terão todo o acompanhamento necessário para ajudá-los e orientá-los durante o crescimento da criança.
Serviço de Pediatria do Hospital São Domingos
Com atendimento de Urgência/Emergência e ambulatoriais, o Serviço de Pediatria do Hospital São Domingos dispõe de uma equipe médica experiente, humanizada e competente; um corpo clínico especializado, como alergologistas, cardiopediatras, cirurgiões, gastroenterologistas, hematologistas, nefrologistas, oncopediatras, pneumologistas, além dos intensivistas pediatras em plantão permanente na instituição.
A Emergência Pediátrica funciona 24h por dia e conta com estrutura e equipe especializada para a assistência a crianças, com segurança, agilidade e conforto. Sua capacidade de atendimento varia de 150 a 250 crianças por dia. A Unidade de Emergência Pediátrica conta com equipamentos de alta tecnologia para realização de exames laboratoriais e de imagem. Tudo isso ambientado com cores e temas lúdicos para minimizar os impactos do ambiente hospitalar durante a estadia da criança.