Os adolescentes adoram passar a noite em frente ao computador ou jogando vídeo game e não se importam com as consequências de adotar hábitos noturnos. No entanto, trocar o dia pela noite pode ser prejudicial à saúde desses e os pais devem ficar alertas.
Segundo a neurofisiologista Stella Tavares, a inversão de horários pode afetar o funcionamento do organismo. “O corpo humano está programado para dormir à noite e acordar pela manhã - uma média de oito horas. Para o sono acontecer existe uma combinação de fatores que contribuem para o descanso como: liberação de melatonina, a diminuição da temperatura corporal e a ausência de luz.”
Alterar o relógio biológico traz consequências imediatas. “Irritabilidade, cansaço, sonolência, falta de concentração e energia, dor de cabeça, fadiga e falta de memória são alguns dos efeitos desse hábito. Os adolescentes que trocam o dia pela noite também podem desenvolver predisposição à obesidade, uma vez que costumam priorizar as guloseimas durante a madrugada”, afirma Stella.
Além de prejudicar a saúde, a privação do sono (dormir menos do que deve) também pode interferir no desempenho escolar do adolescente. “Como a maioria dos jovens precisa acordar cedo para ir à aula, eles acabam dormindo menos, ficam mais irritados, com notas baixas, dormem na sala de aula ou então no período da tarde e acabam jogando novamente o sono noturno para mais tarde.”
Esses adolescentes também possuem maior risco de sofrerem da síndrome do atraso da fase de sono, quando seu relógio biológico é programado para dormir em um horário que não é compatível com as exigências sociais (como exemplo, a pessoa só consegue dormir duas horas da manhã e acordar depois das 10h).
Para tentar reverter esse quadro, os pais devem estar atentos aos hábitos dos filhos e estimularem o sono regular pelo menos durante a semana. “Fazer atividade física durante o dia, não dormir com a televisão ligada, não se expor ao computador e ao celular após determinado horário e alimentação saudável são alguns fatores que podem ajudar os jovens a dormirem mais cedo”, conclui a médica.
Fonte: Hospital Albert Einstein (Stella Tavares, neurofisiologista)