Saúde

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Oncologistas do Hospital São Domingos participam do ASCO 2016 em Chigaco

O ASCO Annual Meeting é considerado o maior evento de Oncologia do mundo e tem como tema dest...
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Equipe São Domingos - Equipe São Domingos Atualizado em 06/06/2016

O ASCO Annual Meeting é considerado o maior evento de Oncologia do mundo e tem como tema deste ano Collective Wisdom: The Future of Patient-Centered Care and Research (“Sabedoria Coletiva: O futuro do cuidado e pesquisa centrado no paciente”). 

Chicago (EUA) é palco do maior evento de Oncologia do mundo, o ASCO Annual Meeting 2016, que acontece de 03 a 07 de junho. E o Hospital São Domingos conta com a representação de uma comitiva especial na plateia: os Drs. Klayton Ribeiro e Antônio Alencar e as Dr.as Heliofabia Freitas e Noele Gomes.

Nosso compromisso em tratar nossos pacientes vai além de cuidar de todos eles com muita atenção e oferecer segurança no seu tratamento aliada a oportunidade de ser submetido às terapias oncológicas com melhor resultado contra o câncer, sempre através de evidência científica atualizada.

Durante a participação do Congresso da Sociedade Americana de Oncologia (ASCO 2016) nossa equipe de oncologistas assumiu o compromisso de comentar os principais resultados em tempo real das publicações mais relevantes. Fruto de uma vocação que o Hospital São Domingos tem, a Educação Continuada, e segue de forma a fortalecer seus colaboradores com atualização em seus conhecimentos. Você pode acompanhar a cobertura do evento pela hashtag ‪**#‎AscoHSD**‬ no Facebook e Instagram.

O papel da radioterapia no tratamento do Câncer de Pâncreas Avançado

Atualizado 03/06/2016. Por Noele Gomes. 

Foi discutido o papel da radioterapia no tratamento do câncer de pâncreas avançado, destacando-se o papel da radioterapia estereotáxica e da radioterapia com tecnologia IMRT com redução dos efeitos adversos, melhor qualidade de vida e melhores resultados cirúrgicos, como maior resposta patológica completa. O Estudo Fase II destacou o papel da quimioterapia com FOLFIRINOX neoadjuvante seguida de radioterapia nos pacientes que não se tornaram ressecáveis após a quimioterapia, com melhores resultados na redução do tumor e possibilidade de cirurgia. A sobrevida em 3 anos foi maior no grupo que foi submetido à cirurgia após quimioterapia e radioterapia.

Os melhores candidatos ao tratamento, de acordo com o estudo, foram: doença não metastática, tumores borderlines, menos de 12 semanas da radioterapia estereotáxica, mais de 4 meses de quimioterapia, marcador tumoral CA 19.9 estável ou em redução e paciente com boa performance.

No tratamento de câncer de pâncreas avançado, ou seja, não passível de cirurgia, deve-se oferecer estratégias multidisciplinares como quimioterapia, radioterapia estereotáxica ou IMRT para possibilitar a cirurgia.

Estudo PANTHER

Atualizado 04/06/2016. Por Antônio Alencar

O estudo PANTHER teve como objetivo primário a comparação da sobrevida livre de recidiva em pacientes com câncer de mama de alto risco que recebiam quimioterapia adjuvante com 2 esquemas diferentes: um grupo recebeu o esquema FEC-T (5-Fluorouracil, Epirrubicina, Ciclofosfamida e Docetaxel) a cada 3 semanas (dose convencional) e o outro grupo recebeu EC-T (Epirrubicina, Ciclofosfamida e Docetaxel) num esquema de dose densa realizado a cada 2 semanas, com dose escalonada de acordo com a tolerância de cada paciente. 

Com os objetivos secundários foram avaliados: sobrevida global, sobrevida livre de doença à distância e sobrevida livre de eventos. Houve benefício apenas em sobrevida livre de eventos em favor do esquema de quimioterapia com dose densa, não atingindo diferença estatisticamente significante em sobrevida livre de recidiva (objetivo primário do estudo), sobrevida global ou sobrevida livre de doença à distância, como já demonstrado em estudos anteriores utilizando outros esquemas de quimioterapia, sugerindo que existe lugar para os esquemas de  quimioterapia com dose densa no cenário adjuvante em câncer de mama, a depender das drogas a serem utilizadas.

Estudo avalia nova droga para o câncer de mama metastático

Atualizado 04/06/2016. Por Antônio Alencar

Um estudo chinês (Abstract 1004, Asco 2016) avaliou o papel de uma nova droga antineoplásica chamada Utedilona, da classe das epotilonas, no tratamento de pacientes com câncer de mama metastático que já haviam sido submetidas a até 4 tipos de quimioterapia diferentes (necessariamente contendo antraciclinas e taxanos). 

Este estudo avaliou a Utedilona em combinação com Capecitabina (uma droga  já utilizada neste contexto) versus apenas Capecitabina. Houve uma maior taxa de resposta para o grupo que usou a combinação das drogas (38,1 % x 25,9%, respectivamente), além de uma maior sobrevida livre de progressão (6,29 meses x 4,73 meses, respectivamente). A toxicidade hematológica e gastrointestinal da combinação de drogas não foi maior que a da Capecitabina isolada, contudo houve significativamente mais neurotoxicidade para a combinação de drogas.

Estudo compara tratamentos para o câncer de mama

Atualizado 04/06/2016. Por Noele Gomes.

Análise de estudo fase III, Abstract 1000, compara o tratamento adjuvante do câncer de mama ressecado com 6 ciclos de TC ( Docetaxel e Ciclofosfamida) com o protocolo padrão que consiste em 4 ciclos de AC ( Doxorrubicina e Ciclofosfamida) seguido de 4 ciclos de T (Docetaxel ou Paclitaxel).

Foi demonstrado na população geral que a sobrevida livre de doença foi superior no grupo que recebeu o protocolo padrão AC-T.  Em análise de subgrupos, o tratamento com AC- T demonstrou grande beneficio nos pacientes com receptores hormonais positivos, com 4 ou mais linfonodos positivos e receptores hormonais negativos, com linfonodos positivos. Houve menor benefício nos pacientes com receptores hormonais positivos e linfonodos negativos. 

Como conclusão, deve-se buscar biomarcadores capazes de identificar os pacientes que mais se beneficiam do tratamento com Antraciclina, considerando a heterogeneidade tumoral.

Estudo ACOSOG Z0011 faz análise acerca da sobrevida em pacientes oncológicos

Atualizado 04/06/2016. Por Klayton Ribeiro

A análise de sobrevida em 10 anos do estudo ACOSOG Z0011 foi tema de grande discussão hoje na ASCO 2016 na sessão sobre oncologia mamária.

Quais pacientes estão no cenário deste estudo?

Pacientes com câncer de mama com tumores T1-2 e com axila negativa pelo exame clínico do Mastologista, ou seja, com ausência de gânglio da axila palpável.

Qual o objetivo:

Avaliar se haveria diferença em fazer a retirada apenas do gânglio sentinela ou fazer o esvaziamento axilar das pacientes. Todas as pacientes foram submetidas a tratamento cirúrgico e quimioterápico. 446 pacientes foram randomizadas para o grupo da retirada apenas do linfonodo sentinela e 445 para o esvaziamento axilar. 

Resultados:

Na análise de 10 anos de sobrevida não houve diferença superior a favor de nenhum dos grupos. Esse fato é importante por demonstrar que um procedimento menos invasivo (a retirada apenas do linfonodo sentinela) não reduz a sobrevida da paciente nem aumenta os índices de recidiva local, entretanto, apresenta menos efeitos indesejáveis a longo prazo, tais como: lindedema (edema crônico do membro superior do lado da mama operada). Pacientes com tumor com receptor de estrógeno positivo, maiores que 50 anos e com tumores de menor tamanho apresentaram os resultados mais favoráveis. Vale mais uma vez lembrar que neste estudo estavam incluídas apenas pacientes com tumores iniciais com gânglios da axila não palpável pelo exame clínico do Mastologista (abstract 1007 - ASCO 2016).

Estudo aponta sobrevida em pacientes com metástase após cirurgia

Atualizado 04/06/2016. Por Heliofábia Freitas

Cirurgia em mama EC IV (pacientes com metástases - doença em outros órgãos além da mama): trabalho MF07-01, abstract 1001. Follow up mais longo revelou beneficio na sobrevida mediana a favor da cirurgia: 46m x 37m e SGlobal 5 anos anos: 41,6% x24,4%. PCTS com ECIV e tumor mais indolente como RH+, meta óssea solitária e < 55 anos tiveram significativo beneficio com a cirurgia.Cirurgia axilar e RT também devem ser considerados.

Estudo aborda Imunoterapia no tratamento do Carcinoma Urotelial do Trato Urinário

Atualizado 05/06/2016. Por Antônio Alencar

Mais dados promissores da imunoterapia no tratamento do câncer, agora em Carcinoma Urotelial do trato urinário (rim, pelve renal, bexiga e ureter). O estudo IMvigor210 (abstract 4500) mostrou a eficácia do Atezolizumab (um anticorpo anti-PD-L1) no tratamento de carcinoma urotelial metastático em primeira linha para pacientes com contraindicação para o uso de platinas (agentes citotóxicos padronizados neste contexto).

A taxa de resposta foi 24% e houve 7% de respostas completas. A sobrevida global mediana foi de 14,8 meses após seguimento de 1 ano (costuma ser em torno de 9% com esquema contendo platinas). Em um outro braço desse estudo foi avaliada a eficácia do Atezolizumab em pacientes já previamente tratados com platinas e a taxa de resposta foi 16% com 7% de respostas completas e uma sobrevida mediana de 11,9 meses, sendo que alguns pacientes já haviam recebido mais de 3 linhas de tratamento (abstract 4515).

O Nivolumab, no estudo Checkmate 032, também em pacientes em segunda a quarta linha de tratamento, mostrou taxa de resposta de 24,4% e sobrevida mediana de 9,72 meses (abstract 4501) e outro estudo (abstract 4502) mostrou taxa de resposta de 31% com Durvalumab (outro anticorpo anti-PD-L1). Todos com toxicidade baixa comparada a quimioterapia convencional utilizada como padrão nesse contexto.

Estudo avalia tratamento de radioterapia em pacientes acima dos 70 anos

Atualizado 05/06/2016. Por Antônio Alencar

Estudo multicêntrico (abstract LBA2) avaliou a associação de Temozolamida a Radioterapia de curso curto (40 Gy em 15 frações por 3 semanas) em pacientes idosos com Glioblastoma. Até então os estudos que mostravam benefício da adição desse quimioterápico à Radioterapia excluíam pacientes com idade acima de 70 anos. No estudo em questão, 60,8% dos pacientes tinham acima de 70 anos e 29,2% entre 65 e 70 anos.

A aderência ao tratamento no grupo do tratamento combinado (Temozolamida + radioterapia) foi igual ao do grupo que recebeu apenas radioterapia, a toxicidade da associação foi aceitável e não houve diferença significativa entres os 2 grupos em relação à qualidade de vida.

A sobrevida global foi significativamente maior no grupo que recebeu Temozolamida + radioterapia em relação ao grupo submetido apenas a radioterapia (10,4 % x 2,8% em 2 anos, respectivamente), sendo que o impacto desse benefício ocorreu especialmente nos pacientes com metilação do gene promotor da MGMT, uma enzima que degrada a Temozolamida e cuja metilação está relacionada a uma maior resposta a medicação. O benefício se mostrou também em relação à sobrevida livre de progressão. Portanto, para pacientes acima de 70 anos portadores de Glioblastoma, especialmente com metilação da MGMT, Temozolamida associada a Radioterapia de curso curto pode ser considerada.

Estudo avalia tratamento de radioterapia em pacientes acima dos 70 anos

Atualizado 06/06/2016. Por Heliofábia Freitas

Estudo (CCTG MA.17R) randomizado em pacientes pós-menopausa com  estadio inicial (sem doença em outros órgãos além da mama) que comparou uso de 5 anos de Letrozol,independente do uso prévio de Tamoxifeno, com extensão para mais 5 anos de Letrozol (totalizando 10 anos). O resultado final mostrou benefício a favor das mulheres que fizeram a extensão para mais 5 anos de Letrozol, com redução de 34% na recorrência do câncer de mama, incluindo câncer na mama contra-lateral e em outros órgãos, sem piorar a toxicidade e mantendo a qualidade de vida. Deve-se atenção especial a saúde óssea, quanto ao uso de cálcio entre outros, seguindo a orientação do seu médico.

Estudos demonstram o benefício do exercício físico na redução de neuropatia

Atualizado 06/06/2016. Por Klayton Ribeiro

A neuropatia periférica é um dos efeitos colaterais temidos da quimioterapia, sua manifestação pode ocorrer de forma superficial e leve, apenas com sensação de dormência e choques nas mãos e nos pés ou até casos mais graves com perda dos movimentos e força nos braços e pernas. Três estudos demonstraram o benefício do exercício físico (5h/semana) em reduzir a possibilidade de neuropatia, enfatizando que fazer exercício físico é factível, barato e eficaz. Nestes estudos também foi demonstrado os pacientes de maior risco: obesos, diabéticos e recebendo quimioterápicos da classe dos taxanes (paclitaxel e docetaxel).

O estudo conduzido pela Universidade Rochester Center de Nova Iorque confirmou o benefício do exercício físico durante seis semanas seguidas.

Nossos pacientes precisam ter em seu plano terapêutico orientações de medidas simples e eficazes como praticar exercício físico durante seu tratamento para reduzir o risco de neuropatia periférica (abstracts 10.000, abstracts 10.001 e abstracts 10.002 ASCO 2016).

Estudo aponta resposta no tratamento contra tumores neuroendócrinos do trato gastrointestinal

Atualizado 06/06/2016. Por Antônio Alencar

Tumores neuroendócrinos do trato gastrintestinal são menos comuns que os adenocarcinomas, porém cada vez mais frequentes. Há poucas opções de tratamento quando são metastáticos, especialmente após a primeira linha de tratamento cujo padrão é o Octreotide 30 mg mensal. O estudo NETTER-1 (abstract 4005) mostrou que o radionuclídeo 117Lu-Dotatate, quando comparado a Octrotide 60 mg mensal para pacientes que tiveram progressão de doença com Octreotide 30 mg, apresentou maior taxa de resposta (18% x 03%, respectivamente) e importante ganho na sobrevida (cerca de 60% na redução do risco de morte pela doença em 2 anos).

PET-CT no diagnóstico de Câncer de Pâncreas

Atualizado 06/06/2016. Por Heliofábia Freitas.

Prospectivo, não randomizado,avaliou o benefício do exame na suspeita do câncer de pâncreas. Comparado ao padrão TC com contraste, pode mudar o estadiamento e reduzir cirurgias desnecessárias.

Benefícios da Quimioterapia com Gencitabina e Capecitabina

Atualizado 06/06/2016. Por Antônio Alencar

O Adenocarcinoma de pâncreas é um tumor agressivo e com alta taxa de recidiva mesmo quando operado em estágios iniciais. O padrão de tratamento pós-operatório e a quimioterapia com Gencitabina ou 5-Fluorouracil (ambos com eficácia equivalente).
O estudo ESPAC-4 (abstract LBA4006) mostrou benefício na associação Gencitabina + Capecitabina em comparação a Gencitabina somente, com maior sobrevida global estimada em 5 anos (28,8% x 16,3%, respectivamente), porém com maior ocorrência de alguns efeitos adversos como diarréia e descamação em mãos e pés.

Escrito por
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Equipe São Domingos

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