Autora: Dra. Vanessa Pollyana Braz Mendonça Campos, mastologista do Hospital São Domingos
Nódulos na mama são uma preocupação comum entre as mulheres, despertando frequentemente o temor de câncer. No entanto, é importante saber que a maioria desses nódulos não é maligna.
De qualquer forma, diante do aparecimento de um nódulo, é fundamental a consulta com um profissional de saúde para uma avaliação precisa. Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto.
Nódulos na mama: o que são?
Nódulos na mama são pequenos caroços redondos e sólidos que aparecem em áreas específicas da mama e podem ser detectados pelo toque.
Na maioria das vezes, esses nódulos não se propagam para outros tecidos, o que é um bom sinal. No entanto, se começarem a se espalhar, isso pode indicar a presença de um câncer, tornando essencial a consulta com um médico especializado o quanto antes.
Nódulos benignos
Geralmente, os nódulos benignos são caracterizados por uma localização limitada de células do tecido mamário ou de acúmulo de líquido na região. Também possuem bordas bem definidas e apresentam mobilidade, permitindo que sejam movidos de um lado para o outro dentro da mama.
Ademais, a probabilidade de um nódulo benigno se transformar em câncer de mama é extremamente baixa.
Entre os tipos mais frequentes de nódulos benignos na mama, destacam-se:
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Fibroadenoma: tipo mais comum de nódulo benigno encontrado em mulheres, principalmente entre os 20 e 30 anos. É comum ocorrer em ambas as mamas e até nas axilas. É caracterizado por ser um nódulo rígido que geralmente não provoca dor ou desconforto. Sua ocorrência pode ser mais notável durante o ciclo menstrual ou na gravidez, influenciada por mudanças hormonais ou predisposição genética.
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Cistos: possuem formações tipicamente ovais ou redondas e contêm líquido em seu interior. Podem surgir em uma ou ambas as mamas e variar quanto à presença de dor. Frequentemente, estão relacionados a alterações hormonais, particularmente em torno da chegada da menopausa.
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Alterações fibrocísticas: comuns no ciclo menstrual, trata-se de um tipo de nódulo que pode ser doloroso, mas geralmente o desconforto diminui após a menstruação.
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Retenção de leite: conhecido como "leite empedrado", são formações endurecidas pelo acúmulo de leite nas mamas, podendo causar dor significativa e dificuldade para amamentar.
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Esteatonecrose: um processo inflamatório que surge após um trauma na área da mama, muitas vezes ligado a intervenções cirúrgicas como a mamoplastia. Representa a tentativa de cicatrização do tecido lesionado.
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Abscesso mamário: desenvolve-se devido a uma infecção na mama. O tratamento é feito a partir da drenagem do abscesso e administração de antibióticos para combater a infecção.
Nódulos malignos
É um tipo de nódulo, que, diferentemente dos benignos (que podem ocorrer em qualquer fase da vida adulta da mulher, desde a juventude), têm uma forte associação com a idade, sendo raros em mulheres com menos de 35 anos e mais frequentes após os 50 anos.
Quando se trata de um câncer de mama, as formações nodulares não são bem localizadas e delimitadas. Em geral, é mais difícil definir seus limites e suas bordas, sendo comum se espalharem para outras regiões, como as axilas. Além disso, esse tipo de nódulo é mais rígido e fixo ao local onde surgiu, não se movendo com a palpação.
Possíveis causas para o surgimento de nódulos na mama
Embora muitas pessoas possam associar os nódulos na mama ao câncer, eles podem surgir devido a uma variedade de outras causas. Por exemplo:
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Alterações hormonais: estímulo do tecido mamário pela progesterona e o estrogênio.
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Infecções da mama: podem incluir abscessos, acúmulos de pus.
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Traumas ou cirurgias na mama: podem resultar em fibrose cicatricial, ou seja, tecido cicatricial que se forma em excesso.
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Galactocele: cisto causado por um ducto de leite bloqueado, surgindo geralmente de seis a dez meses após o término da amamentação.
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Câncer de mama: embora seja uma das causas, não é a única razão para o surgimento de nódulos na mama.
Como identificar?
Para identificar um nódulo na mama, pode-se descobri-lo de várias maneiras: por meio do autoexame realizado pela própria mulher, durante um exame físico de rotina feito por um médico, ou por meio de exames preventivos, como a mamografia ou ultrassonografia.
Hoje, exames cada vez mais modernos, como a radiologia mamária HSD, nos ajudam a realizar um diagnóstico cada vez mais precoce da doença.
Diferenças entre cistos e nódulos na mama
Cistos e nódulos na mama diferem principalmente pela sua composição e características físicas.
Os cistos são bolsas preenchidas com líquido localizadas no tecido mamário. Tendem a ser redondos ou ovais e, muitas vezes, são sentidos como protuberâncias (parte mais elevada) redondas e móveis. Apesar disso, nem todos os cistos são moles; alguns podem ser duros e o tamanho pode variar.
Já nódulos são lesões sólidas, distinguindo-se dos cistos preenchidos com líquido.
Quando procurar por um especialista?
Sempre que um nódulo na mama for identificado. Isso porque, apesar de geralmente não serem cancerígenos, existe a possibilidade de serem malignos. Portanto, precisam de avaliação médica.
Formas de tratamento
As formas de tratamento para nódulos na mama variam consideravelmente, dependendo da causa e do tipo do nódulo diagnosticado. Após um diagnóstico detalhado, o médico pode recomendar diferentes abordagens:
Para cistos: o tratamento pode ir desde orientações sobre a benignidade do cisto até a drenagem do líquido do cisto, se necessário.
Para fibroadenomas: uma intervenção cirúrgica pode ser indicada, especialmente se o fibroadenoma estiver crescendo rapidamente ou causando alterações estéticas perceptíveis na mama.
Para o câncer de mama: o tratamento depende de vários fatores, como o tipo e localização do câncer, bem como a condição geral da paciente. Geralmente, as opções mais comuns de tratamento incluem cirurgia para remover o tumor, radioterapia e/ou quimioterapia, dependendo das necessidades específicas da mulher.
Vale ressaltar que cada caso é único, e a decisão sobre o tratamento mais adequado é feita após uma avaliação cuidadosa pelo médico especialista.
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