“As pessoas precisam dar atenção a qualquer sintoma, e, por mais leve que seja, procurar o cardiologista, pois isso salva vidas”, alerta o coordenador do Centro de Cardiologia do Hospital São Domingos, Dr. José Buhatem.
O cardiologista informa que a taxa de mortalidade cardiovascular no Brasil é de 32% da população, percentual que se estima ter aumentado durante a pandemia, quando as pessoas ficaram em isolamento social e, por medo de contaminação, não deram continuidade a tratamentos cardiológicos nem procuraram a Emergência ao sentirem algum sintoma.
Medo
“A pandemia fez os doentes cardiológicos e de outras especialidades ficarem com medo de ir aos hospitais. Mesmo o hospital tendo separado o atendimento de pacientes com sintomas gripais dos não gripais, as pessoas não se motivaram a vir e se mantiveram reclusas em casa, com medo do vírus. Mas, nesta semana, observamos o retorno dos pacientes aos ambulatórios. A população está se sentindo mais segura para voltar com as medidas de segurança adotadas pelo Hospital São Domingos”, completa Dr. José Buhatem.
Riscos
O risco de as pessoas ficarem em casa e não procurar o médico é alto, segundo o cardiologista, pois os problemas coronarianos geralmente têm outros associados e podem se agravar. “Nesta semana, atendemos um paciente que estava com dor e sensação de desmaio. Fizemos cateterismo e identificamos que ele estava com trombose na artéria coronária. Hoje, já está se recuperando, pois chegou a tempo do socorro médico, mas muitos pacientes não chegam, por isso é importante a consulta ao médico”, conta o médico.
Associação de doenças
Dr. José Buhatem lembra que o paciente cardiológico geralmente não apresenta apenas um problema. “Quando você faz o tratamento de um paciente cardiológico, trata uma gama de doenças. Não é só a angina, por exemplo. Por trás dela há uma hipertensão arterial, que é um dos principais fatores que podem fazer progredir a doença arterial coronária, ou seja, os níveis de pressão fora do controle dão a oportunidade de o coração formar placas, que se rompem dentro da artéria coronária, causando, consequentemente, o infarto agudo do miocárdio”, detalha ele.
Tratamento avançado
Segundo o coordenador do Centro de Cardiologia, a doença cardíaca hoje tem tratamentos avançados no Hospital São Domingos, que possui todo o suporte clínico, laboratorial e tecnológico para o atendimento dos pacientes.
Prevenção
O médico informa também que uma das formas de prevenção de graves problemas coronários é a realização do check up cardiológico, indicado para pessoas a partir dos 30 anos de idade, com ou sem sintomas. Tudo começa com a consulta ao cardiologista, que, avalia a história clínica do paciente e solicita os exames a partir da necessidade de cada um. O check up básico inclui, além do histórico clínico, eletrocardiograma, teste ergométrico, eco e exame da carótida. O importante é a prevenção.