SÃO LUÍS - O especialista em Física Médica do serviço de Medicina Nuclear do Hospital São Domingos, Moizés Bastos, está entre os 20 brasileiros selecionados para participar de um curso de aperfeiçoamento com aulas avançadas sobre Física Moderna e de Partículas promovido pela Organização Européia para Pesquisa Nuclear (CERN). Sendo o único maranhense a participar do encontro, ele terá a oportunidade de conhecer um dos maiores laboratórios de pesquisa em física do mundo.
Realizado de 31 de agosto a 10 de setembro, em Genebra, a Escola de Física do CERN promove sessões experimentais e visitas aos modernos laboratórios da instituição, onde ocorrem as mais atuais revoluções da física de partículas. Desde 2009, a Sociedade Brasileira de Física (SBF) é responsável por divulgar, selecionar e possibilitar a participação de físicos brasileiros no programa.
Membro da sociedade desde 2007, Moizés submeteu um projeto sobre os seus objetivos e intenção em participar do programa. "Meu projeto trata da popularização da ciência, principalmente nessa parte de ciência mais contemporânea e suas aplicações, como por exemplo, da aplicação da Medicina Nuclear, que muita gente desconhece", explica.
Sua experiência no serviço de Medicina Nuclear do Hospital São Domingos foi um grande diferencial em seu currículo, o que lhe deu mais chances de ser escolhido.
"O CERN trabalha o conceito de detecção de partículas e de energias, a mesmo concepção que aplicamos aqui nos exames da Medicina Nuclear, onde utilizamos o conceito de física nuclear aplicado ao diagnóstico. Tanto a Cintilografia como o PET/CT, aparelhos utilizados no hospital, são temas estudados lá. Nós iremos aprender muito de conceitos, mas eu já tenho experiência na parte prática. Dessa forma, acredito que essa experiência na Medicina Nuclear do hospital tenha sido um diferencial para minha escolha", afirma.
Especialista em Física Médica na Medicina Nuclear, ele é responsável pela radioproteção do paciente e dos profissionais da área, além de controlar a qualidade dos equipamentos do serviço. Segundo Moizés, é uma área ainda pouco explorada no mercado de trabalho.
"É uma área que não tem muitos profissionais, justamente porque não há divulgação, até os próprios estudantes de física desconhecem essa área. Dessa forma, tenho investido em um trabalho de divulgação para que mais pessoas se interessem. Além de ser uma área pouco restrita, não há tanta facilidade de encontrar universidades que ofereçam especialização. É necessário sair do Maranhão para estudar. Com isso eu tento fomentar isso entre os estudantes", destaca.
Ao retornar do encontro, Moizés terá o papel de propagar todo o conhecimento obtido. "Quando eu voltar tenho que dá esse feedback para a sociedade, não só para estudantes, mas para a comunidade em geral. É necessário divulgar esse conhecimento que é obtido no CERN, porque hoje em dia a física acaba ficando um pouco restrita a um público específico, e nós temos que investir cada vez mais na propagação dessas descobertas".
Moizés Bastos ressalta ainda que o aprendizado será aplicado no serviço de Medicina Nuclear do Hospital São Domingos.
"O retorno se dará na apresentação dos conceitos lá estudados para os outros profissionais do hospital. Ocorrerá também na forma de aplicação, principalmente na Medicina Nuclear com os exames, pois todos os conceitos discutidos no CERN estão aqui inseridos no dia a dia do setor. Além de beneficiar a sociedade, minha participação nesse evento trará inúmeros benefícios para o paciente atendido no HSD".