SÃO LUÍS - Histórias vitoriosas de mulheres contra o câncer de mama foi o principal assunto da primeira roda de conversa do Grupo de Apoio Mulheres de Peito, criado pelo Hospital São Domingos (HSD), por meio dos serviços de Humanização, Oncologia e Mastologia. O Grupo foi lançado na tarde de segunda-feira (30) e já conta com muitas pacientes, que venceram a doença e agora dividem suas experiências com outras mulheres, trocando força e apoiando-se.
O objetivo do grupo é integrar as pacientes que fazem tratamento no HSD e oferecer-lhes um momento para retirada de dúvidas e repasse, por médicos e outros profissionais da equipe multidisciplinar, repasse de informações necessárias, muitas delas indicadas pelas próprias participantes e de conhecer outras experiências de luta contra a doença. O grupo começou com 15 mulheres, mas aguarda novas adesões. A princípio, integra somente pacientes do Hospital São Domingos que receberam o diagnóstico de câncer de mama. Os encontros ocorrerão uma vez por mês.
Na roda de conversa, as histórias eram as mais variadas possíveis de mulheres jovens, adultas e idosas que passaram ou estão passando por este momento delicado. Em comum, além de terem tido a experiência da doença, a maioria delas têm os fatos de terem descoberto o nódulo no autoexame das mamas e de forma precoce, o que reforçou a importância do diagnóstico precoce da doença. Um fato curioso também é que muitas delas nem tinham caso da doença na família, entretanto, o fato deixou os demais familiares mais atentos em relação ao rastreamento precoce da doença.
Outro ponto comum foi o forte abalo psíquico-emocional que todas sofreram após o diagnóstico da doença. Outra questão sempre referida foi a importância do apoio de toda a equipe médica e multidisciplinar que participaram do tratamento e como essa dedicação gerou confiança e tranqüilidade nesse processo.
Avanços
Presente à reunião, a coordenadora do Serviço de Mastologia do HSD, Ana Gabriela Caldas, que também integra o Grupo de Apoio Mulheres de Peito, disse às participantes que as mamas são parte muito importante do corpo da mulher, por isso, as cirurgias são cada vez mais conservadoras, de forma a manter preservados os tecidos mamários. As técnicas de cirurgias oncoplastia para reconstrução das mamas são cada vez mais eficientes.
“O processo de mastectomia mexe mesmo com o emocional e a relação com a mama é individual. Algumas encaram com maior naturalidade a mastectomia, outras não, e nosso papel como mastologista é mostrar que, se a cirurgia for necessária para preservar a vida, há meios de a mulher ter sua mama reconstruída, aumentar sua autoestima e levar sua vida o mais normal possível”, explicou.
Ela lembrou que o apoio do marido e companheiro durante o tratamento é fundamental assim como da família toda. A mastologista tirou outras dúvidas das mulheres e reforçou conceitos e informações importantes sobre a doença e o tratamento.
Segundo a médica, o Grupo de Apoio Mulheres de Peito tem exatamente esse objetivo, de conversar sobre o assunto. “O grupo visa agregar as pacientes para que, juntas, possamos trabalhar os conflitos atuais e futuros, fazer novas amizades, discutir assuntos, acolher e trazer um bem viver com todas e fazer com esse período, que é tão difícil, se torne mais fácil convivendo com outras pessoas que passam pela mesma situação”, disse Ana Gabriela Caldas.
De acordo com a supervisora da Humanização do HSD, Fernanda Moraes, o grupo é um momento de reunir, de proporcionar às mulheres um momento de expressar seus sentimentos, de conversar sobre como receberam o diagnóstico, de receber orientações, tirar dúvidas e compartilhar experiências.
“É um grupo para acolhimento, compartilhamento, ajuda e sensibilização para muitos pontos inerentes à doença, como importância da conversa com a família, tirar dúvidas sobre quimioterapia e radioterapia, procedimento da mastectomia e outros pontos. É um grupo realmente de apoio, de ajuda, para que essas mulheres entendam o que é o câncer de mama e o tratamento e superem esse momento, pois algumas delas ficam tão desesperadas, sem esperança, que acabam abandonando o tratamento e outras não, já têm motivação e se curam. Então, queremos uni-las e que troque suas experiências para que uma motive a outra”, afirmou.
A enfermeira coordenadora da Oncologia, Luciana Bezerra, disse que, além da troca de experiências, a integração entre elas é um dos objetivos do Grupo. “Aqui é um momento de elas contarem suas histórias de descoberta da doença, de busca do tratamento, dos momentos que passaram, enfim, de trocarem suas experiências, dar dicas para as outras, levar esperança e principalmente, a ter certeza da cura, tudo sob a supervisão técnica da mastologia, da psicologia e da enfermagem. Acompanhamos tudo para que as informações trocadas sejam as mais corretas e elas também tirem suas dúvidas. É um momento para chorar, rir, enfim, de congraçamento também”, disse.