Saúde

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Especialistas esclarecem causas de dores mamárias

Muitas pacientes procuram mastologistas preocupadas com dores na...
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Equipe São Domingos - Equipe São Domingos Atualizado em 15/10/2013

Muitas pacientes procuram mastologistas preocupadas com dores nas mamas e com as possíveis causas para essa sensação. Entretanto, médicos alertam que as dores fazem parte da fisiologia mamária, o que significa que são comuns na maior parte dos casos e que não há, necessariamente, ligação com a presença de câncer. 

Segundo a mastologista Ana Gabriela Caldas Oliveira, as dores podem acometer 70% das mulheres em período menstrual. “Cerca de 30% delas convivem com esse desconforto por, ao menos, cinco dias por mês e isso pode causar confusão, pois somos treinados a achar que a dor é sempre causada por uma doença. Com a mama é diferente”, explica a médica. Ana Gabriela destaca que as causas para as dores são multifatoriais. “Estresse, depressão, menstruação, dentre outros. Algumas mulheres, ainda, tendem a somatizar problemas cotidianos, ou seja, a dor acaba sendo resultado de um fator não ligado, de fato, à fisiologia mamária”.

Sobre a associação entre desconforto na mama e câncer, Ana Gabriela Caldas Oliveira é enfática. “Não há relação causal entre a dor e a incidência cancerígena. E, como já destacado, nem sempre essa sensação significa problema de saúde, por isso, quando a paciente nos procura, a primeira abordagem não é a de indicar medicação, mas de fazer uma avaliação física”, revela a mastologista, acrescentado que os casos devem ser criteriosamente avaliados, para que se chegue a uma conclusão precisa. “Dores persistentes, que atrapalhem o desenvolvimento da rotina de uma mulher, devem ser consideradas como possíveis problemas e podem demandar tratamentos, inclusive uso de remédios”, pondera. 

Prevenção – De qualquer forma, a consulta frequente ao mastologista é tão indicada quanto a que as mulheres fazem ao ginecologista, pois decifrar se a dor sentida é sintoma de algum problema ou se é apenas fisiológica só é possível com a avaliação médica. “Quando se descobre um tumor precocemente, ainda que seja maligno, as chances de cura são muito maiores”, destacou o oncologista clínico, Antônio Machado Alencar Júnior, que proferiu uma palestra sobre possíveis complicações no tratamento quimioterápico em casos de câncer de mama. 

O médico reforça que essa detecção só é possível com medidas preventivas. “Autoexame, mamografia, ultrassom ... é importante que as mulheres desenvolvam esse hábito, sobretudo a partir dos 40 anos. Não esperar algum tipo de sintoma, pois alguns tumores só causam dores quando estão em estágios avançados e, nessa fase, são de mais difícil tratamento”, alerta. 

Há, ainda, outro aspecto a ser considerado: nem todos os tumores são iguais. “Existem os mais agressivos, que ocorrem, geralmente, em mulheres mais velhas. Esses se desenvolvem mais rapidamente, daí a importância da prevenção”, diz Alencar Júnior. 

Avanços – Segundo Antônio Machado Alencar Júnior, a medicina evoluiu muito na terapêutica contra o câncer. As medicações e tratamentos diferem, dependendo de cada caso, e se associam à adequação alimentar, ao apoio psicológico, dentre outras metodologias que variam de acordo com as necessidades identificadas em cada paciente. “É importante se ressaltar que as pessoas tem reações diferentes, mesmo quando o tratamento é semelhante. Queda de cabelo ocorre com o uso de alguns medicamentos e da dose utilizada. Os sintomas da quimio podem acontecer ou não”, afirma o oncologista. 

Há, ainda, a possibilidade de combate dos efeitos colaterais da quimioterapia. “Existe um arsenal para controle de náuseas e vômitos, por exemplo. Há 40 anos, nós só tínhamos o plasil, usado para combater, enquanto hoje podemos, inclusive, prevenir”, diz Alencar Júnior. 

O médico intensivista, Rodrigo Azevedo, destaca, também, a medicina hiperbárica como uma aliada na cura dos danos causados pela radioterapia, que costuma atingir mucosas. Ele afirma que ocorre uma recuperação que chega a 90%. “A câmara hiperbárica atua em conjunto aos demais métodos, como antibióticos, cirurgia - quando necessário -, curativos e o que mais for demandado no tratamento”, conta. 

Publicada no jornal O Imparcial (domingo, 13/10/2013)

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