A Doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa progressiva caracterizada por sintomas motores e não motores. Os sintomas motores são a bradicinesia (lentidão dos movimentos), tremores, rigidez muscular e instabilidade postural nos pacientes idosos. Os não motores são os distúrbios do sono, comportamentais e cognitivos.
“Os sintomas não motores podem aparecer com anos de antecedência. Por isso, temos que ficar atentos os sintomas e ao diagnóstico, para garantir um tratamento correto e melhorar a qualidade de vida para o paciente”, alerta o médico neurocirurgião do Hospital São Domingos, Dr. Periguari Lucena.
O Parkinson pode debilitar de maneira significativa alguns pacientes, causando dificuldades importantes para locomoção e alimentação. A progressão é muito variável entre os pacientes. Em geral, possui um curso lento.
“A doença de Parkinson tem como base a perda neuronal relacionada a produção de dopamina, ou seja, perda dos neurônios dopaminérgicos. Os tratamentos para a doença podem ser: o medicamentoso; que visa repor a dopamina produzida no corpo de forma contínua; ou o cirúrgico (estimulação cerebral profunda). Ambos com associação das terapias de suporte (fisioterapia, fonoaudiologia e outras)”, explica Dr. Periguari Lucena.
Recentemente, a doença chamou atenção após o falecimento do ator Paulo José este ano. O artista foi diagnosticado com Doença de Parkinson em 1993 e conviveu com a doença por 28 anos. Com o acompanhamento clínico, o ator seguiu trabalhando. Seus últimos trabalhos foram a novela “Em Família” (2014), onde deu vida a um personagem com Parkinson e no filme “O Palhaço”, (2011).
“O ator Michael J. Fox, de ‘De volta para o futuro’ também convive com a doença de Parkinson desde seus 29 anos, um exemplo de que doença também pode acometer, mesmo que raramente, os mais jovens”, conta o médico.
Doença de Parkinson & Doença de Alzheimer
O médico conta ainda que a Doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum, sendo a primeira a Doença de Alzheimer. “O Parkinson tem melhor resposta ao tratamento medicamentoso de reposição das substâncias dopaminérgicos, que oferecem a dopamina e os bloqueadores da enzima que degradam este neurotransmissor em associação; diferente da Doença de Alzheimer, que não tem uma resposta similar”, explica o neurocirurgião.
Outro senso comum bastante frequente é as pessoas acreditarem que a bradicinesia (lentidão dos movimentos) é o principal sintoma da Doença de Parkinson. “A dificuldade de locomoção ou da realização de algumas atividades, como abotoar uma camisa, por exemplo, ou capacidade de adaptar o posicionamento do pé ao se aproximar de um obstáculo e cruzá-lo são mais frequentes nos pacientes”, completa.
Diagnóstico precoce
O diagnóstico é feito com exames e avaliação do histórico do paciente. Exames como a cintilografia cerebral com marcador do transportador de dopamina pode auxiliar no diagnóstico. Para que o tratamento seja mais efetivo, os pacientes e os familiares precisam identificar precocemente os sinais da doença e buscar acompanhamento médico regular.
No Hospital São Domingos o rastreio da doença de Parkinson é feito de forma multidisciplinar. Apesar de não existir uma cura, os serviços de Neurologia e Neurocirurgia do HSD oferecem cuidado e assistência que ajudam a controlar os sintomas da doença e aumentar a qualidade de vida dos pacientes.