Quando ingerimos um alimento, ele precisa ser decomposto em diversas substâncias para que seja devidamente aproveitado pelo organismo na produção de energia. A maior parte das partículas resultantes é glicose, um tipo de açúcar indispensável na geração de energia para as atividades corporais. O problema é quando esse combustível deixa de ser aproveitada pelas células e cai direto na corrente sanguínea aumentando a taxa de açúcar no sangue (glicemia). Está, assim, caracterizado o diabetes, que atualmente atinge mais de 250 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo estimativas da Federação Internacional do Diabetes (IDF).
Trata-se de um problema de saúde grave, que não escolhe idade para acontecer, mas que possui tratamento de controle e meios de evitar. É com foco nestes aspectos que o Hospital São Domingos realizou, essa semana, a Campanha de Combate ao Diabetes, que mobilizou especialistas, funcionários e clientes da instituição. A ação começou às 9h da manhã e desde os primeiros minutos atraiu grande número de pessoas. Em uma tenda montada no estacionamento, os visitantes puderam checar a pressão, calcular o índice de massa corporal (IMC), fundamental para saber se o indivíduo está acima do peso, e tiveram orientações sobre nutrição e aconselhamento psicológico. Este último acontecia quando o exame de sangue detectava uma glicemia acima de 100 mg/dl (indicando pré-diabetes). “Nós conversamos com a pessoa sobre a importância de adesão ao tratamento, tanto nutricional, quanto medicamentoso, para que possa existir qualidade de vida, ao que chamamos de acolhimento e ressignificação da vida pós-doença. Aconselhamos algumas mudanças de hábitos, quando percebemos que determinadas atividades provocam estresse e isso ocasiona alterações na glicemia, agravando o quadro”, explica a psicóloga Jandira Uchoa.
A orientação nutricional focou no controle alimentar como ferramenta de controle da glicemia, para quem já apresenta o problema e para quem, por meio dos exames realizados, detectou alteração no índice de açúcar no sangue ou que apresentou IMC elevado (sobrepeso). “Fizemos junto ao paciente um histórico alimentar, para identificarmos os erros e que tipos de alterações podem ser feitas para amenizar o quadro de diabetes e de excesso de peso”, conta a nutricionista Jacqueline Galvão.
Divulgação – Para que todos os funcionários aderissem à Campanha, foi necessária uma ação conjunta entre diversos setores do São Domingos, com destaque para os departamentos de Recursos Humanos e de Comunicação e Marketing. “Fizemos um convite bem amplo, em todos os setores, pois nosso foco maior eram os colaboradores. Os pacientes também foram convocados para a ação”, revela a assistente de Recursos Humanos, Diana Barbosa.
Sueli Nascimento, que estava acompanhando um paciente internado, foi uma das que aceitaram o convite. “Há tempos eu não fazia nenhum exame do tipo. Ainda bem que não foi detectado nenhum problema. Está tudo normal”, alegra-se a dona de casa. Para a colaboradora Sandra Daniela, da Central de Autorização, a Campanha de Combate ao Diabetes é uma oportunidade para quem trabalha o dia todo. “Não há tempo para ir a um posto de saúde. Às vezes falta disposição também, então aproveitamos essa ação para ver se estamos bem de saúde”, diz a funcionária.
A campanha foi realizada nos dois turnos, para que fosse realizada a maior quantidade de atendimentos possível. “Estamos satisfeitos com os resultados, pois um grande número pessoas atendeu ao nosso convite e a ação foi um sucesso”, finaliza Diana Barbosa.
Graus da doença - O diabetes pode se apresentar sob três formas: tipo 1; tipo 2 e gestacional. A de tipo 1 é auto-imune, ou seja, as células do pâncreas produzem pouca ou nenhuma insulina, o que obriga o paciente a tomar injeções diárias da substância. A de tipo 2 é a forma mais comum e está associada à velhice, obesidade e histórico familiar da doença. A gestacional está associada ao aumento do nível de açúcar no sangue durante a gravidez. Pode desaparecer depois do parto ou evoluir para diabetes tipo 2.
Sintomas - O desencadeamento de diabetes tipo 1 é geralmente repentino e pode incluir sintomas como sede excessiva, rápida perda de peso, fome exagerada, cansaço inexplicável, muita vontade de urinar, má cicatrização, visão embaçada, falta de interesse e de concentração, vômitos e dores estomacais, frequentemente diagnosticados como gripe.
Estes mesmos sintomas podem ocorrer em pessoas com diabetes tipo 2, mas geralmente são menos evidentes. Em crianças com diabetes tipo 2, estes sintomas podem ser moderados ou até mesmo ausentes.
Não se sabe ao certo por que as pessoas desenvolvem o diabetes tipo 1. Sabe-se que há casos em que algumas pessoas nascem com genes que as predispõem à doença, mas outras têm os mesmos genes e não têm diabetes. Outro dado é que, no geral, o diabetes tipo 1 é mais freqüente em pessoas com menos de 35 anos, mas vale lembrar que ela pode surgir em qualquer idade.