Orientação unânime de médicos e especialistas, o isolamento social é uma das medidas mais eficientes para minimizar a circulação do novo coronavírus. A estratégia está sendo adotada em todo o País e tem como principal objetivo não superlotar o sistema de saúde para que seja garantido atendimento para quem realmente precisa. O reconhecimento da necessidade da quarentena, que consiste em limitar a circulação e o contrato entre as pessoas, entretanto, ainda está condicionado à adesão da população em se conscientizar da importância de ficar em casa para conter a escalada da pandemia no Brasil.
O coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) do Hospital São Domingos, Dr. Eudes Simões, explica que o isolamento social é a segunda opção mais promissora, neste momento, no combate à Covid-19.
“A medida mais utilizada é a ampla testagem, ou seja, realizar o exame de diagnóstico da Covid-19 em todos os casos e isolar. O problema é a grande demanda, que não permite ter exame para toda a população, somente para aqueles que se encaixem em um conjunto de critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Por isso se está tendo um grande enfoque, tanto por parte dos governos estaduais quanto por parte dos especialistas, na redução do contato social. Com menos pessoas nas ruas, menores são as chances do novo coronavírus se espalhar”, pontua o médico coordenador do Serviço de Infectologia do Hospital São Domingos.
Uso correto da máscara
A máscara cirúrgica é um equipamento de proteção individual (EPI) importante para evitar a transmissão do vírus. O uso em situações inadequadas e por pessoas sem o devido treinamento pode aumentar o risco de infecção. “A máscara só protege aqueles que cuidam de pessoas doentes”, esclarece o médico infectologista.
E completa: “Quando falamos em doenças infecciosas e epidêmicas, o uso das máscaras só é recomendado para indivíduos que já estão doentes e precisam evitar transmitir o vírus para outras pessoas; para profissionais de saúde que têm contato direto com os pacientes doentes e pessoas que, em algum momento do seu dia, irão ter contato com uma pessoa doente e precisam se proteger das partículas de salivas expelidas pela pessoa infectada”.
O médico orienta que não se faz necessário o uso da máscara para realizar atividades rotineiras, como limpar a casa, ir ao supermercado ou fazer algum exercício ao ar livre. “O vírus não está no ar. Você não será contaminado pela respiração. Você só será infectado por um vírus dessa natureza se a secreção da pessoa infectada tiver contato direto com sua mucosa e/ou vias respiratórias. Isso acontece de duas formas: A pessoa espirrou ou tossiu em você ou sua mão passou em uma superfície contaminada e foi levada ao rosto sem antes ser higienizada. Por isso, é muito importante higienizar as mãos com frequência”.
Higiene das mãos
Como já vimos, a forma de contaminação por um vírus é o contato do mesmo com as vias respiratórias. Para evitar que isso aconteça, é preciso higienizar as mãos frequentemente. “O vírus sobrevive nas superfícies por um determinado tempo, variando essa duração de acordo com as condições do ambiente e material. Se você tocar em algo que está contaminado e higienizar as mãos logo em seguida, você não vai se contaminar. O vírus não atravessa a pele íntegra”, assinala o médico.
Tratamento para a Covid-19
Como trata-se de um vírus novo, ainda não há vacina disponível para a Covid-19. “Para se descobrir o tratamento para uma doença leva tempo. Tempo para a pesquisa, tempo para conhecer a droga, tempo para se ponderar os efeitos colaterais do medicamento. Tudo ainda acerca do Covid-19 é muito novo, por isso é muito importante se informar por órgãos oficiais, não em notícias que têm como pauta a pesquisa in vitro daquele medicamento.
Por enquanto, o tratamento para a Covid-19 é o mesmo adotado para as demais doenças gripais: repouso, ingestão de muito líquido e fortalecer o sistema imunológico do corpo com uma boa alimentação. "Se precisar fazer uso de medicações, opte por analgésicos e antitérmicos. No caso do novo coronavírus, o repouso em isolamento domiciliar é de suma importância para aqueles que não apresentam sintomas graves e não precisam de internação. Assim você garante a sua recuperação e reduz a contaminação de outras pessoas", finaliza o médico.
Confira a entrevista completa com Dr. Eudes Simões.