As mudanças que acontecem no sistema imunológico durante o processo de envelhecimento do corpo, chamado imunossenescência, é o fator que eleva riscos de os idosos terem uma infecção grave causada pelo novo coronavírus (Sars-cov-2) e outras doenças. Essas alterações levam a um aumento da incidência e da gravidade de doenças infecciosas, sejam elas causadas por bactérias ou vírus. Além disso, há uma maior prevalência de comorbidades nessa faixa etária com diabetes, hipertensão e doenças cardíacas como fatores predisponentes a complicações no curso da doença.
“Nos pacientes idosos, os sintomas da Covid-19 se manifestam como um quadro de uma síndrome gripal, ou seja, apresentam tosse, febre, falta de ar e cansaço. No entanto, precisamos lembrar que existem manifestações atípicas nesses pacientes, como por exemplo, um quadro confusional ou sonolência excessiva. Nesses casos, é preciso ter uma abordagem imediata do médico para um diagnóstico precoce”, explica o geriatra do Hospital São Domingos, Dr. Herbeth Vera Cruz.
Entre esse grupo específico, a Covid-19 tem se mostrado mais grave, com maior número de complicações, com necessidade de internação, e maior número de óbitos. Embora a taxa de mortalidade da doença entre a população em geral varie de 3% a 4%, conforme informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), tende a aumentar conforme o avanço da idade.
Dados
Ainda segundo o órgão, enquanto a taxa de mortalidade entre pessoas de 10 a 39 anos infectadas pelo novo coronavírus esteja em 0,2%, o número cresce a 0,4% para o público de 40 a 49 anos. Na sequência, a taxa pula para 1,3% na população dos 50 aos 59 anos e para 3,6% entre o de 60 a 69 anos. Acima dessa idade, dos 70 aos 79, o risco de a doença evoluir para morte é de 8% e, entre as pessoas de 80 a 89 anos, essa proporção chega a 14,8%.