Comunicar a morte de um paciente é, provavelmente, uma das tarefas mais difíceis que os profissionais de saúde têm de enfrentar, pois implica em um forte impacto psicológico em quem perdeu o ente querido. E quando essa perda pode significar a possibilidade da doação de órgãos, a situação pode ficar ainda mais delicada, exigindo grande preparo de profissionais da área da saúde. Por esta razão, este assunto foi tema da palestra "Entrevista familiar e comunicação de notícias ruins", realizada nesta quinta-feira (28), no Instituito de Ensino e Pequisa (IEP) do Hospital São Domingos.
O encontro foi uma iniciativa da Comissão Intrahospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Hospital São Domingos e contou profissionais de áreas da equipe multiprofissional do HSD, como, Psicologia, Serviço Social, Enfermaem e Responsabilidade Social. A palestra foi proferida pela enfermeira e membro da CIHDOTT do Hospital Djalma Marques (Socorrão I), Polianna Costa.
“O objetivo principal da entrevista familiar é oferecer informações e esclarecimentos sobre o processo de doação, possibilitando, assim uma tomada de decisão autônoma. Para passar a segurança e o alento que o familiar precisa no momento do luto é preciso conhecer todo o processo, histórico e prontuário médico do paciente, ter empatia para como os familiares e proporcionar apoio emocional no ato da entrevista”, explica a enfermeira Polianna Costa.
A maneira como os familiares de doadores falecidos são informados sobre a morte é essencial para a discussão e tomada de decisão sobre doação de órgãos e tecidos para transplante. Por isso, é preciso considerar, por exemplo, fatores como as cincos fase do luto e identificar em qual delas o familiar estará prontro ou não para considerar a doação de órgãos são algumas das situações que o profissional de saúde precisa entender e respeitar.
A comunicação de más notícias leva as famílias dos pacientes a um estado de crise emocional e gera tensão nos profissionais de saúde. Alguns profissionais têm dificuldades para manter contato com familiares de pacientes falecidos. Isso decorre, principalmente, da falta de treinamento nesse tipo de comunicação. Por isso, é muito importante se capacitar em áreas como humanização, comunicação, filosofia e outras que lidam com a subjetividade, singularidade e individualidade das pessoas”, finaliza a enfermeira.