O câncer colorretal é uma doença que acomete o intestino grosso, principalmente nas regiões do colón, reto e ânus. Instituto Nacional de Câncer estima o surgimento de 41 mil novos casos por ano no país. Segundo a presidente do capítulo Maranhão da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva e gastroenterologista do Hospital São Domingos, Dra. Lívia Arraes, os fatores de risco são o sedentarismo, sobrepeso, alimentação pobre em fibras e rica em carnes processadas e vermelhas, exposição à radiação, ao tabagismo e ao alcoolismo.
“É o terceiro tipo mais comum no Brasil. Apesar de pouco falado, o câncer colorretal é bastante frequente na população brasileira e a segunda causa de morte por câncer em homens e mulheres no nosso país. Por isso é importante o diagnóstico precoce, pois a fase inicial a doença é silenciosa e, se diagnosticada nessa fase, a chance de cura chega a 95%”, explica a médica.
Já nas fases avançadas da doença, o paciente pode apresentar dor abdominal, sangue nas fezes, anemia, perda de peso e alteração no hábito intestinal. Quando diagnóstico em fase avançada, a chance de cura cai para 20% em 5 anos.
Diagnóstico
Para uma investigação preliminar e preventiva pode ser sugerida a análise de sangue oculto nas fezes. Quando é detectada essa presença, o principal exame mais específico é a colonoscopia, que permite avaliar toda a extensão do intestino grosso em busca de lesões que, caso existam, serão analisadas em biópsia. Também pode ser feita a retossigmoidoscopia para percepção de alterações na parte final do intestino. O acompanhamento médico determinará os passos para diagnóstico e procedimentos a serem feitos.
"O câncer colorretal tem tratamento e, se detectado precocemente, tem altas chances de cura. Portanto, a detecção precoce é fundamental. Essa detecção é feita através do exame colonoscopia, que deve ser feito de rotina a partir dos 45 anos ou antes em casos de pacientes com história familiar de câncer colorretal", explica Dra. Lívia Arraes.
Tratamento
O tratamento depende da fase da doença. Ele pode ser endoscópico com remoção do tumor por meio de colonoscopia ou, nos casos mais avançados, pode ser necessário cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Para um tratamento de sucesso é fundamental seguir as recomendações médicas. O quanto antes iniciá-lo, melhor. Novas tecnologias, como aparelhos de endoscopia que permitem a identificação e o tratamento de lesões de forma segura e eficaz contribuem muito.
Prevenção
As medidas preventivas, então, envolvem principalmente evitar esses fatores, mantendo hábitos de vida saudáveis. A idade também aumenta a chance do aparecimento de tumores nessa região, sendo mais comum em pessoas com mais de 50 anos. Há casos, ainda, associados à hereditariedade, identificados quando existe um histórico familiar.
Sinais e sintomas
Nos estágios iniciais, a doença, geralmente, não causa sinais e sintomas. Recomenda-se procurar seu médico, caso apresente um ou mais dos sintomas:
- diarreia ou constipação;
- sangramento ao evacuar;
- anemia sem causa aparente;
- desconforto abdominal, com gases e/ou cólicas;
- sensação de intestino vazio;
- vontade frequente de evacuar, mesmo com intestino vazio.
Sobre a campanha
A campanha Março Azul faz um alerta à população sobre o câncer colorretal. A ideia, que surgiu a partir do Dia Nacional de Combate ao Câncer de Intestino (27 de março) é ampliar o conhecimento das pessoas sobre essa doença que está associada à má alimentação e ao sedentarismo.