Saúde

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Açúcar no organismo: saiba os riscos, os benefícios e as opções de substituições

Os produtos com alto teor de açúcar, como doces e refrigerantes, são alimentos ...
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Equipe São Domingos - Equipe São Domingos Atualizado em 28/05/2019

Os produtos com alto teor de açúcar, como doces e refrigerantes, são alimentos presentes na dieta da maioria dos brasileiros. O consumo deles aumenta a glicemia no organismo, o que pode comprometer a saúde. Os açúcares são alimentos ricos em carboidratos simples, que não possuem fibras e têm poucos nutrientes. O Hospital São Domingos conta com uma grande equipe de endocrinologistas que atuam no setor ambulatorial e internação para cuidar de patalogias originárias do consumo excessivo do açúcar.

Dra. Thayana Linhares, coordenadora do serviço de Endocrinologia Ambulatorial do Hospital São Domingos, explica que o consumo elevado de açúcar traz graves riscos para a saúde, como diabetes, obesidade, hipertrigliceridemia (tipo de colesterol elevado), esteatose hepática, também conhecida como gordura no fígado, entre outras. E destaca que o problema está em consumir mais açúcar do que o seu corpo necessita.

“O açúcar cristalizado [refinado] deve ser evitado ao máximo. As pessoas que não utilizam esse tipo de açúcar, conseguem ter melhor proveito dos nutrientes originais presentes nos alimentos. Os carboidratos são uma importante fonte de energia para o organismo e sua necessidade é definida após uma avaliação médica, conforme o peso da pessoa. Na dieta total, a presença dos carboidratos deve corresponder a 55% a 60% do valor calórico. É comum ouvirmos que devemos consumir determinadas colheres de açúcar ou gramas de açúcar, mas essa recomendação, na realidade, não existe. A recomendação é consumir o açúcar natural dos alimentos”, esclarece a médica.

Na pirâmide alimentar, os açúcares e doces são classificados como alimentos energéticos extras, pertencentes ao grupo 8, e divendem o topo da pirâmide com os óleos e gorduras. Entre os diferentes tipos de açúcar, existem os refinados, mascavo, demerara, cristal e orgânico, e não há diferença no valor calórico entre eles. “Eles não têm valor nutricional, a diferença é que um é mais refinado que o outro. Por exemplo, o açúcar mascavo não passa pelo processo de branqueamento e refinamento, mas tem o mesmo valor calórico dos outros tipos”, explica.

Segundo a médica, a principal função do açúcar é a palatabilidade, ou seja, atender o sentido do paladar. “A cultura de adoçar os alimentos faz parte da construção da sociedade desde a Colonização, com os engenhos de cana-de-açúcar e comércio, que precisavam vender este item. Assim, estabeleceu-se esse ato e, com o avanços das sociedades e modernização dos processos de fabricação, o açúcar estava cada vez mais presente na vida dos brasileiros”, conta.

Para o público infantil, existe um consenso entre as Sociedades Brasileiras de Pediatria e Endocrinologia sobre introdução do açúcar na dieta. “O ideal de inclusão é a partir dos 2 anos de idade. Recentemente, tivemos nova recomendação de inserirmos os sucos, que se usava bastante nos primeiros meses de vida do bebê, somente após 12 meses completos da criança. Isso se deve ao fato de o suco não ter todas as fibras das frutas e também, na grande maioria dos casos, ele é adoçado. Logo, desde muito cedo, a criança é exposta aos estímulos cerebrais que advêm com o consumo de açúcar. E não queremos isso, pois nessa fase da vida ocorre a formação do cerébro, um momento para a construção de ações benéficas para o corpo e a mente do ser humano”, afirma a endocrinologista.

Como resultante desses estímulos, temos a dopamina, um neurotransmissor cerebral, conhecido como hormônio do prazer, produzido no organismo e tem a função de realizar a comunicação de um neurônio com o outro, ligando-se a receptores específicos. Assim, se estabelece a relação de bem-estar surgido com o consumo do açúcar. “É muito importante destacar que esses estímulos também podem ser encontrados em outras fontes de açúcar. As frutas são ótimas opções de alimentos adocicados. Lembramos também que a pessoa pode consumir doces, pois eles fazem parte da pirâmide alimentar, mas a opção mais benéfica seriam os integrais e orgânicos, como mascavo, demerara, mel e os adoçantes naturais, como stevia, eritritol e xilitol”, detalha a médica.

A dica da Dra. Thayana Linhares para agradar ao paladar sem descuidar da saúde é saborear e experimentar mais o sabor natural dos alimentos. “É preciso adotarmos uma nova cultura. Será que o café não dá para ser amargo? Será que o suco da polpa não é para ter aquele gosto único e característico da fruta? Experimente. Use mais dos produtos que a natureza nos oferece. Opte sempre pelo mais natural. E, se ainda sentir a necessidade de adoçar, escolha os adoçantes naturais”, sugere.

Os cuidados com os pacientes internados

Em ambiente hospitalar, os cuidados com os pacientes internados devem ser redobrados.

Já na sua chegada, o paciente passa pelos os primeiros protocolos de atendimento, dentre eles estão os testes de glicemia capilar, para verificar os níveis de açúcar no organismo.

Em caso de anomalia ou irregularidade, ele é inserido em uma avalição diferenciada e a equipe de endocrinologia do HSD é acionada pela emergência para atuar de forma multidisplinar no atendimento do paciente.

“Os pacientes com histórico de diabetes que estão internados no São Domingos são acompanhados pela equipe de endocrinologia desde sua entrada na emergência para adequar seu tratamanto aos índices corretos de açúcar. São observados a dieta, medicação, insulina e o que ele precisa para ficar compensado no período de internação. Assim, os níveis de açúcar durante a internação são monitorados e o paciente é orientado pela equipe de endocrinologia ambulatorial a continuar os cuidados em casa”, destaca a médica endrocrinologista do Hospital São Domingos, Pollyana Moreira.

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