Pausas excessivas para o cafezinho, as conversas intermináveis com os colegas de trabalho, o celular que não para de tocar e a atualização permanente e necessária (necessária???) do facebook. Esses são apenas alguns exemplos de atividades que fogem totalmente às obrigações diárias em quase todas as empresas no mundo, mas que, por incrível que pareça, fazem parte da rotina de milhões de profissionais ao redor do mundo. O tema é recorrente e alvo de muitas ações por parte de setores de Recursos Humanos e agora conta com os resultados de uma pesquisa realizada pelo site salary.com, nos Estados Unidos, para justificar práticas que minimizem essa perda de tempo.
Inicialmente, palestras para abordar o assunto costumam estar no topo das atividades que empresas costumam promover para chamar a atenção para o assunto. É válido, por ser uma oportunidade de conversar com os funcionários e despertar neles a vontade de saber de que forma eles usam o tempo. “Realizamos um evento de sensibilização com alguns funcionários e identificamos que a maioria deles não sabia gerir o tempo. Foi quando surgiu a idéia de fazer algo mais amplo”, conta a coordenadora de Recursos Humanos do Hospital São Domingos, Patrícia Paiva.
Recentemente, Patrícia uniu-se a outros profissionais do São Domingos para incluir a temática nas atividades do encerramento da campanha 2012/2013 do Grupo de Trabalho de Humanização (GTH), que desenvolve diversas ações do tipo no hospital. O resultado foi a palestra Gerenciamento de Tempo. Na ocasião, a coordenadora de Recursos Humanos destacou situações comuns na rotina de funcionários e de como determinados hábitos são capazes de contribuir para o desperdício de minutos, e até horas, importantes para a realização de atividades fundamentais tanto para a empresa, quanto para o crescimento profissional do indivíduo. “Muitas atividades, que poderiam tomar apenas alguns minutos, como forma de repouso para a mente, acabam se alongando demais e contribuem para que o tempo que poderia ser dedicado aos compromissos seja utilizado em banalidades que acabam prejudicando o andamento da empresa”, disse a coordenadora.
Dentre os elementos que mais provocam a perda de tempo é a internet, segundo revela a pesquisa da salary.com. “Hoje em dia, com os modernos celulares, as pessoas não dependem dos computadores. Então, não basta bloquear sites. Os funcionários devem estar conscientes de suas tarefas e de como cada ação pode colaborar ou não para o crescimento profissional”, pondera a coordenadora de RH. A socialização com colegas de trabalho é a segunda causa de desperdícios dos valiosos minutos diários, seguida pela resolução de problemas pessoais no horário de serviço. “Há colaboradores que dizem que vão sair rapidinho para pagar uma conta e simplesmente somem!”, revela Patrícia Paiva.
Outro lado da moeda – É importante destacar que, apesar de as pessoas estarem atentas à forma como utilizam o tempo no trabalho, não pode existir uma rotina tão fechada a ponto de causar estresse. O estilo de vida atual, inclusive, contribui para um dia a dia intenso e com atividades que tomam cada minuto das 24 horas que as pessoas dispõem. “Na época de nossos avós as horas pareciam correr mais devagar, tudo parecia mais simples. Hoje em dia a sociedade é frenética, quer tudo pra ontem e isso reforça a necessidade de gerenciamento do tempo”, diz Patrícia Paiva.
A coordenadora lembra que saber utilizar bem o tempo auxilia, inclusive, a reservarmos espaço para atividades não-profissionais. “A pessoa tem uma vida fora da empresa, tem uma família e precisa dedicar tempo a isso. Também é necessário divertir-se, senão há riscos desenvolver problemas de saúde”.
No momento de organizar a rotina, cada um sabe o que é mais adequado. “Nós distribuímos um modelo de tabela para os funcionários, mas é como exemplo”, conta Patrícia. O recepcionista Thiago Moreira afirmou que esse instrumento irá servir como base para que ele identifique de que forma pode aproveitar melhor suas horas diárias. “Em geral eu tenho uma rotina fixa, fechada, mas não sigo nenhum plano. Vou começar a fazer isso agora”, garante ele, que divide o tempo entre as atividades profissionais, a família e o curso de segurança no trabalho. “E nos finais de semana eu jogo vôlei e futebol, para encontrar os amigos”, completa Thiago.