Muitas informações dão conta do papel que os alimentos exercem na manutenção e na promoção da saúde, ou seja, não é novidade que a alimentação adequada é responsável pelo perfeito equilíbrio orgânico. Mas, o que muita gente desconhece é o papel que a nutrição exerce quando o assunto é tratar determinada doença. Na oncologia, por exemplo, saber exatamente o que se deve colocar no prato do paciente pode ser vital para a cura do problema.
Segundo Rosione Sobrinho, coordenadora do Serviço de Nutrição do Hospital São Domingos, é fundamental que se entenda que um organismo exposto constantemente ao consumo de medicamentos necessita de um suporte ainda maior e isso é obtido por meio dos alimentos. “Em geral, as doenças se aproveitam da fraqueza orgânica para se espalharem pelo corpo. No caso do câncer este aspecto é ainda grave, pois o tumor provoca no indivíduo doente a ausência de fome”, ressalta.
De acordo com a também nutricionista, Jacqueline Galvão, devido às diversas situações e à importância da adequação alimentar, costuma-se trabalhar com o que se conhece por individualização nutricional. Ela explica que não dá para criar um cardápio geral, para pacientes com tantas especificidades. “Daí ser importante uma análise detalhada e um acompanhamento efetivo, pois, se uma dieta não está dando resultados, por não estar agradando ao paladar ou por prejudicar a absorção de um medicamento, trabalha-se com a readequação, sempre de acordo com a prescrição médica”.
Comodidade x Saúde – Além de destacarem a dieta como fundamental para a saúde, as especialistas ressaltam que há alimentos que atuam negativamente, tanto no organismo de quem está doente, quanto no de pessoas saudáveis, neste último caso podendo provocar o surgimento de problemas de saúde e até do câncer.
Segundo elas, os industrializados, embora ofereçam facilidade, são um risco para quem quer se manter saudável. “Hoje em dia as pessoas tem menos tempo e se podemos fazer algo rapidamente para comer, melhor. Mas isso é um risco, pois alimentos industrializados possuem ingredientes que intoxicam o organismo”, alerta Rosione Sobrinho.
Outros exemplos de alimentos tóxicos são as frituras. “Há uma produção e acúmulo de groelina. Se consumida constantemente, essa toxina pode provocar uma lesão no estômago e levar ao câncer gástrico”, conta Rosione. Elementos cancerígenos também estão presentes em temperos e condimentos prontos. “São ricos em gorduras trans, daí são consideradas substâncias antinutrientes, ou seja, prejudicam o organismo”, ressalta a nutricionista.
Para pacientes com câncer há, ainda, o agravante da dor. Rosione Sobrinho revela que alguns alimentos tem potencial de gerar ainda mais desconforto, pois possuem a capacidade de intoxicação do organismo. É o caso dos que contém nitratos e nitritos. “Embutidos, como salsichas, linguiças e carne de sol, adoçantes artificiais e produtos diet e light, bem como bebidas à base de cola, café e chá mate não são recomendados, pois podem provocar dores ou piorar esse quadro”, diz.
Em contrapartida, alguns alimentos possuem a capacidade de melhorar o estado da doença. “Inclusive ajudando a impedir o crescimento do tumor. Entre estes estão repolho, brócolis, couve-de-bruxelas, laranja, dentre outros”, afirma a especialista. Entretanto, ela alerta que nada disso pode ser tomado como uma generalização.
Ainda sobre alimentos funcionais (os que colaboram para a saúde do organismo), as nutricionistas destacam os que são ricos em magnésio, como beterraba, abacate, banana, feijão, ervilha, peixes, ovos, dentre outros. “Sem esse nutriente, o corpo fica em desequilíbrio. No caso de pacientes com câncer, uma deficiência em magnésio pode dar margem a inflamações e a dores”, revela Rosione Sobrinho.
Jacqueline Galvão destaca que, mantendo uma alimentação correta, é possível diminuir os riscos de desenvolvimento de diversas doenças. “Você terá um fator de risco a menos, pois estará evitando a intoxicação do organismo. Por isso, além de equilibrada, quanto mais naturais forem os alimentos, melhor”, finaliza.
Fonte: Nutrição HSD