Cardiologia

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Realizado primeiro implante de CDI subcutâneo no Hospital São Domingos

Equipe de Cardiologia fez a implantação com sucesso de aparelho CDI em paciente
ESD
Equipe São Domingos - Equipe São Domingos Atualizado em 26/02/2018

   Os avanços da Medicina estão cada vez mais presentes no Hospital São Domingos. Em muitos procedimentos,  o hospital é pioneiro no Maranhão, como o de implantação de um aparelho de Cardioversor Desfibrilador Implantável (CDI)  em uma paciente de 33 anos de idade, diagnosticada como portadora de miocárdio não compactado. O problema provoca insuficiência cardíaca, arritmia e pode até levar à morte súbita.

    A cirurgia foi realizada no dia 21 de fevereiro nas dependências do Laboratório de Hemodinâmica do Centro de Cardiologia do Hospital São Domingos. A equipe que realizou o implante do CDI foi formada pelos cardiologistas: Fernando Oliva, Aldryn Castro, Marcelo François e Raquel de Jesus Brito e pela engenheira Talita Moreira.       

    Miocárdio não compactado é uma doença genética, que acomete a pessoa durante a formação do coração, ainda na vida intrauterina, mais ou menos no terceiro mês de gestação. “Essa doença caracteriza-se pelo aumento das trabeculações do ventrículo esquerdo, cuja parte não compactada fica muito fina,  o que no futuro pode gerar problemas, como insuficiência cardíaca, arritmias graves e  o desfecho, na maioria dos casos, é a morte súbita. O implante do CDI é indicado como prevenção à morte súbita, enquanto se aguarda o transplante cardíaco, único modo de cura dessa doença”, detalha o cardiologista Marcelo François. 

    Atualmente, os CDIs são implantados por via endovenosa e são utilizados em pacientes que precisam de estimulação cardíaca. “Por outro lado, há grupos de pacientes que não precisam dessa estimulação cardíaca, e sim apenas da preservação de morte súbita cardíaca por arritmia. Esse tipo de CDI com implante totalmente subcutâneo é bem indicado para esse grupo de pacientes portadores de miocárdio não compactado”, explica o Dr. Aldryn Castro.   

     Essa nova prótese é implantada de forma totalmente subcutânea, é composta de um gerador, que é um minúsculo computador, e um cabo-eletrodo (minúsculo fio isolado). Em se detectando alguma arritmia fatal, a prótese é capaz de descarregar um choque elétrico (desfibrilação), salvando assim a vida do paciente.  “Esse aparelho chegou há pouco tempo no Brasil e nós, do Hospital São Domingos, utilizamos pela primeira vez aqui no Maranhão. Já foi utilizado em outros estados, como em São Paulo,  com grande sucesso e estamos trazendo para cá para ampliar as possibilidades de tratamento de doenças cardiológicas, como nesse caso da paciente”, diz Dra. Raquel de Jesus Brito.       

    Segundo ela, a prevalência dessa patologia na população brasileira é baixa - apenas 0,005% das pessoas. A maior incidência é em homens, atingindo cerca de 50% a 80% deles, apesar de também ocorrer em mulheres, como no caso da paciente submetida ao procedimento.   

    Dr. Marcelo Francois informa que a evolução da miocardiopatia não compactada, geralmente, é lenta, e os sintomas começam a surgir na faixa etária de 20 anos, em média. Entre eles estão palpitação, cansaço e arritmias. “Essa patologia começa com uma evolução lenta e vai piorando no decorrer da vida. No caso dessa paciente, ela estava sentindo palpitação e foi fazer uma investigação cardiológica, e então se descobriu a doença. Isso mostra a importância de sempre estar se fazendo um check up e de estarmos atentos aos pequenos sinais que o coração dá. Às vezes, uma palpitação pode ser algo simples, mas também pode ser algo grave”, alerta o especialista.

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